03
set

Levantamento divulgado pela Folha de São Paulo revelou que Salvador depende financeiramente de recursos transferidos pelos governos Estadual e Federal, tendo pouca eficiência na área da saúde e total ineficiência em relação à receita per capita. Salvador ficou na 1.936º posição no Ranking de Eficiência dos Municípios – Folha (REM-F), segundo estudo divulgado nesta terça-feira (3). Lançada pela Folha de São Paulo em parceria com o Datafolha, a ferramenta leva em conta o atendimento das prefeituras nas áreas de saúde, educação e saneamento, tendo como determinante para o cálculo de eficiência na gestão a receita per capita de cada cidade.

“Uma gestão totalmente dependente financeiramente e sem autonomia”, afirmou o candidato a prefeito de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), ao comentar o estudo. Segundo ele, a pesquisa revela a má gestão na área da saúde e a falta de prioridades da prefeitura com o que realmente importa para as pessoas. “Enquanto o Estado e a União cuidam das pessoas, a gestão municipal resume Salvador a uma marca e cuida apenas da imagem de parte da cidade. Eles tratam Salvador como um produto de marketing e esquecem das pessoas. Gestão eficiente de verdade cuida de gente e trabalha para reduzir desigualdades e garantir oportunidades. É isso que vamos fazer por Salvador, priorizar as pessoas e cuidar da cidade inteira”, afirmou o candidato a prefeito.

Na prática, o estudo revela que a capital baiana “não consegue andar com as próprias pernas”, dependendo dos repasses do Governo do Estado e do Governo Federal para conseguir oferecer serviços básicos. O levantamento também indica a “pouca eficiência” da Prefeitura na saúde, reforçada pelas críticas da população sobre espera para atendimento e ausência de vagas para exames simples.

“Nós vamos contratar mais 300 equipes de saúde da família para garantir 100% da cobertura de Salvador e implantar 10 novas policlínicas. Hoje, a Prefeitura de Salvador é referência negativa para o país na área da saúde. Salvador ocupar a posição 1.936 no ranking de eficiência é um atestado de má gestão”, criticou o candidato apoiado pelo presidente Lula e pelo governador Jerônimo Rodrigues.

Endividamento

Geraldo lembrou que Salvador também é a capital mais endividada do Nordeste e está entre as quatro capitais da região que menos investem com recursos próprios. Os dados são da Secretaria do Tesouro Nacional. “O atual prefeito faz uma péssima gestão financeira e a prova disso é que Salvador é a capital mais endividada do Nordeste. Ou seja, além de fazer uma gestão ineficiente, endividou a cidade”, concluiu.

A capital baiana registrou um déficit de R$ 41,9 milhões em 2019 e o valor negativo ficou mais de 10 vezes maior em 2023, aumentando para R$ 460 milhões (em valores corrigidos). O valor constante nas demonstrações contábeis enviadas pelo Executivo Municipal ao Tribunal de Contas dos Municípios no ano passado foi de R$ 418 milhões.

Em 2024, não está sendo diferente. No primeiro semestre de 2024 (janeiro a junho), o déficit foi de quase R$1 bilhão. Neste período, as receitas realizadas no município de Salvador totalizavam R$ 6.407.521.433,54. Entretanto, as despesas empenhadas somavam R$ 7.332.991.306,49. De acordo com a STN, no primeiro semestre de 2024, seis capitais haviam registrado déficit. Depois de São Paulo, o maior resultado negativo é o de Salvador.

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